| 
                   Foto: https://apaginadavida.blogspot.com  
                    
                  GLORIA DÁVILA ESPINOZA 
                    ( PERÚ ) 
                    
                  TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS 
                    
                  
                  DÁVILA  ESPINOZA, Gloria.   Kantos de  Ishpingo. Portada:  Gabriel Malpartida Barral, Lima,  Perú:   Manoalzada Editores,  2007.  94 p.   ISBN 978-603-45111-0-1  No. 10 051 
                  Exemplar da  biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em outubro de  2024. 
                     
                     
                    EN EL DESEQUILIBRIO DE TU EXACTITUD  
   
                      No haréis para vosotros ídolos, ni  escultura. 
                        Ni os levantareis  estatua ni pondréis en vuestra tierra 
                        pintada Para inclinaros a ella;  porque 
                        Levíticos 26.5 
   
                        ¿Fuimos  acaso fulgor del equilibrio en 
                            marcha o sepulcro en madera  perfecta?... 
                            No, no… 
                            Somos sueños sometidos a niebla, 
                            humo de cristales en universal  saber, 
                            somos mente debutante, 
                            recipiente en exactitud asignada 
                            a un pedazo de corpórea  inconsciencia, 
                            saeta en pieles de magma fría. 
                             
                            Somos minervas en negros  asbestos, 
                            sumun del cáliz de un antropófago 
                            ejerciendo su transmutación 
                            de carne y éter sin soplo. 
   
                            Somos pacto de un rostro sin  rostro 
                            Que ahuyenta en garras 
                            y tinieblas 
                            y luz sin luz. 
                            Eso somos… 
   
   
    BACANAL  EN AUTOPSIA 
   
      Esta mañana no tengo más ganas de morir 
        piedra del hielo frío quiero  ser, 
        perfume atezado sin un DIOS  mirándome. 
   
        Esta mañana mía, 
        mi pálpito al quebrado ojo del  venado en faz 
        es mi último aliento, es bolsa  de jebe 
        esta mañana; 
        el trigo es amargura blanca a mi  garganta, 
        cuchara de hiel y café acre. 
                           Ahí van mis gentes y mis restos sin conciencia, 
                    hartos de epígrafes ausentes, 
                    y es que mis fauces gritando en  cadenas 
                    no son más un llanto en huecas  sonajas, 
                    son gotas gruesas en este  instante 
                    surcando la orilla de tu ágape 
                    que a mi puerto no ancla más. 
   
                    Esta mañana me son ausentes 
                    el grueso fuego y la luz, 
                    mi búho ha cantado una sonata 
                    a partidas sin retorno, 
                    rueca de piedra, 
                    sirena de escamas, 
                    lodo sin aliento 
                    en fuego sin fin. 
   
   
                    TRIBULACIONES EN LLANTO 
   
                      Asesinan mis carnes, mi huesos,  mi 
                      células y  
                      mi rastro                     no 
                      lo 
                      encuentro 
                      en ninguna parte…    
                      ¿Y cómo quieres que no sufra 
                      si cercenan mis manos y sus  obras, 
                      mis pensamientos y su peso  lógico? 
   
                      Esta selva mía… 
                      hoy no es más mi lecho, 
                      recorre en disfraz de historias 
                      por diarios, olvidando su  nombre; 
                      es que fui abismo sin  proponérmelo. 
                      Y vuelves a preguntarme… 
                      ¿Por qué   cona tanto dolor vivir quiero en el lloro? 
                      ¿Debo acaso ser el sol y la  luna en tus noches 
                      solitarias?... 
                      …buscando piedras recojo  angustias; 
                      angustias buscando, recibo  herencias: 
                      herencias buscando, concibo  desventuras. 
   
                      Me elegiste… 
                      Mas soy sólo 
                      polvo de polvo 
                      en olvidos sánscritos.  
   
   
   ESCULTOR DEL RUIDO DEL TIEMPO 
   
    Jugabas a esculpir tu obra 
      rostro de mi rostro, 
      ángulo de mi ángulo 
      y alas de mi libertad; 
      más… 
      alcanzo a comprender 
      que se niebla la flama de mi  alma 
      cuando siento el cincel 
      tallando el ruido de mi tiempo 
      que es ofrenda al viento de  ríos, 
      lagartos caspis 
      al canto del manguaré, 
      porque esculpes mi tiempo en ruidos. 
   
  
                  TEXTOS EM PORTUGUÊS 
                    Tradução de Antonio Miranda 
                    
                  EN EL DESEQUILIBRIO DE TU  EXACTITUD  
                     
                    Não fareis para vossos ídolos, nem  escultura. 
                      eu os levantareis estátua  nem poreis em vossa terra 
                      pintada Para inclinar a ela;   porque 
                      Levíticos 26.5 
   
                      Éramos acaso fulgor do equilíbrio  em 
                          marcha ou sepulcro em madeira  perfeita?... 
                          Não, não… 
                          Somos sonhos submetidos à névoa, 
                          humus de cristais em universal  saber, 
                          somos mente debutante, 
                          recipiente em exatidão atribuída 
                          a um pedaço de corpórea inconsciência, 
                          seta em peles de magma fria. 
                           
                          Somos minervas em negros amiantos, 
                          sumun de cálice de um antropófago 
                          exercendo sua transmutação 
                          de carne e éter sem respiração. 
   
                          Somos pacto de um rosto sem rosto 
                          Que afugenta em garras 
                          e trevas 
                          e luz sem luz. 
                          Isso somos… 
   
   
    BACANAL  EM AUTÓPSIA 
   
      Esta  manhã não tenho mais desejos de morrer 
        pedra do gelo frio quero ser, 
        perfume moreno sem um DEUS observando-me. 
   
        Esta manhã minha, 
        meu palpite ao olho roto do veado  na cara 
        é meu último alento, é bolsa de borracha 
        esta manhã; 
        o trigo é amargura branca em minha  garganta, 
        colher de fel e café acre. 
                           Aí vão minhas gente e  meus restos sem consciência, 
                    fartos de epígrafes ausentes, 
                    e é que minhas faces gritando em  correntes 
                    não são mais um pranto em chocalhos  ocos, 
                    são gotas grossas neste instante 
                    sulcando a margem de teu ágape 
                    que ao mi porto não ancora mais. 
   
                    Esta manhã me são ausentes 
                    o fogo espesso e a luz, 
                    minha coruja cantou uma sonata 
                    em partidas sem retorno, 
                    roda giratória de pedra, 
                    sirene de escamas, 
                    lodo sem alento 
                    no fogo sem fim. 
   
   
                    TRIBULAÇÕES  EM PRANTO 
   
                      Assassinem minhas carnes, meu ossos,  minhas 
                      células e  
                      me rastro                     não 
                      o 
                      encontro 
                      em parte alguma…    
                      E como queres que não sofra 
                      si cortam minhas mãos e suas  obras, 
                      meus pensamentos e seu peso  lógico? 
   
                      Esta selva minha… 
                      hoje não é mais meu leito, 
                      percorre em disfarce de histórias 
                      por diários, esquecendo seu  nome; 
                      é que eu fui abismo sem  pretender. 
                      E voltas a perguntar-me… 
                      Por que com tanta dor viver  quero no choro? 
                      Devo por acaso ser o sol e a  lua em tuas noites 
                      solitárias?... 
                      …buscando pedras recolho angústias; 
                      angústias buscando, recebo heranças: 
                      heranças buscando, concebo  desventuras. 
   
                      Me elegeste… 
                      Mas sou só 
                      pó de pó 
                      e esquecimentos sânscritos.  
   
   
   ESCULTOR DO RUÍDO  DO TEMPO 
   
    Julgavas  ao esculpir tua obra 
      rosto de meu rosto, 
      ângulo de meu ângulo 
      e asas de minha liberdade; 
      mas… 
      consigo compreender 
      que se neva na chama de minha  alma 
      quando sinto o formão  
      talhando o ruído de meu tempo 
      que é oferta ao vento de rios, 
      lagartos pelados 
      a canto do manguaré1, 
        porque esculpes meu tempo em ruídos. 
                   
                    ** 
                  1 manguaré é um instrumento  de percussão de origem precolombiano, utilizado pelas comunidades indígenas  amazônicas para anunciar mensagens, cerimônias ... 
                    
                  *** 
                    VEJA e LEIA outros poetas do PERÚ em nosso Portal: 
  http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/peru/peru.html 
                    Página publicada em outubro de 2024 
                    
                    
                   
                     
                   
                  
  |